Porque embalagens de bijuterias e semi-jóias podem acelerar o processo de corrosão?
Sempre recebo perguntas do tipo: “Eu tenho uma pergunta, com relação a jóias de prata, aço inox, artigos banhados a ouro 18k e também banhados a ródio… Se eu colocar os artigos em caixinhas de papelão ou de plástico (aquelas caixinhas de jóias mesmo, com logo etc)… e mandar pra um depósito, de onde os produtos serão despachados conforme forem vendidos… Você acha que o metal vai continuar como novo por um tempo?
Tipo, digamos que o produto não seja vendido por um ano… Será que quando ele for vendido ainda estará bonitinho como novo?
Agradeço a Marisa pela pergunta, segue a resposta:
Os metais têm diferentes sensibilidades, alguns são mais resistentes e outros não. Mas, vou tecer algumas considerações:
1- Jóias de ouro 18K são 75% de ouro, mas os 25% restantes são de cobre e/ou prata que tendem a oxidar, então a jóia pode adquirir uma cor mais forte, principalmente durante a estocagem (dependendo do ambiente: umidade, ambiente industrial, calor, etc;) além do material da embalagem em que foi colocado. Dependendo da condição forma uma câmara de corrosão.
2- A prata então, só não escurece se o ambiente for totalmente inerte. O calor, o ambiente de grandes cidades por si só já amarela e depois pode ficar até preto (azulado).
3- As peças banhadas tem ainda o agravante de ser uma fina camada de ouro…muitas vezes muuuito fina. Geralmente o que oxida são os metais de baixo que migram para a superfície devido a porosidade das camadas. Os folheados a ouro 18 K tem uma resistência maior devido a camada de ouro maior, porém continua com o fato de que embaixo tem metal não nobre e a liga do depósito ser cobre e outros metais.
4- O aço inox é inoxidável, geralmente peça maciça, então não vai oxidar. O risco é se ele sofreu algum tratamento para dar banho de ouro ou prata e esse tratamento destruiu a característica inoxidável do aço.
5- O ródio é o mais excelente de todos os revestimentos, melhor que o ouro na dureza do revestimento, não oxida mas, camadas baixas costumam deixar porosidades e se houver migração, os metais de baixo não resistem e aí são atacados.
6- Embalagens e estocagem – checar se o material (papelão, plástico, madeira, papel) não libera produtos químicos sobretudo a base de enxofre, umidade, calor, luz…tudo isso ajuda nos processos de oxidação das peças e, dois metais em presença de umidade pode formar pilha e assim acelerar o processo.
7-Vale lembrar que existem vários tipos de oxidação, se for superficial e fina; que ocorre nas jóias de ouro, prata e muitos materiais folheados; geralmente uma limpeza, desoxidação e desengorduramento as peças voltam ao normal. Se for uma oxidação mais profunda (a que ataca a base após penetrar por um pite) aí fica difícil recuperar a peça.
8-Atualmente as empresas trabalham com aplicação de camadas de proteção sobre os revestimentos, esta camada dá uma proteção sobretudo durante o período de estocagem, devido a proteção ser somente química, e ao uso haverá o desgaste da peça e estas camadas de proteção desenvolvidas até agora não tem grande resistência ao atrito.