01 de maio de 2018

Jóias, folheados, bijuterias - não mais poderão conter cádmio e chumbo

Jóias, folheados, bijuterias - não mais poderão conter cádmio e chumbo Os produtores de jóias, folheados e bijuterias; terão até o início de janeiro de 2019 para cumprir esta portaria que foi publicada no diário oficial em 26/1/2016. Segundo a lei, o prazo para cumprimento são 36 meses para os fabricantes e importadores e 60 meses para os comercializadores atacadistas e varejistas, contados a partir da data acima; bijuterias e jóias só poderão ser comercializadas no mercado nacional (atacadistas e varejistas) em conformidade com a nova legislação. Os varejistas sobretudo, terão que começar a cuidar dos estoques para que tenham renovados os estoques dentro do prazo estipulado. Entende-se como Bijuteria ou Jóia, qualquer adorno, masculino ou feminino, de metal ou não, que o seu uso propicie o contato deste com o corpo humano; componentes metálicos para fabricação de peças de joalheria, acessórios para cabelo, pulseiras, colares, anéis, piercings, brincos, adornos para pulso incluindo relógios, abotoaduras...fazem parte deste grupo. Onde os fabricantes utilizam estes metais? O que diferencia a jóia da bijuteria é que a jóia é produzida maciçamente de metais nobres como o ouro, prata. Mas mesmo estas jóias podem conter metais como o cádmio como parte da composição de suas ligas nobres. Já nas bijuterias temos várias ligas de metais muito mais baratas como o latão considerada ligas de alta fusão e ligas mais baratas ainda de baixa fusão, como as ligas de zamac e estanho/chumbo. Nestas ligas o percentual de cádmio ou chumbo costuma ser muito maior. Estas ligas são utilizadas para a produção das bijuterias, fivelas, mas para chegar ao acabamento final dourado ou prateado precisam passar por processos galvânicos, que por sua vez, muitos possuem os metais cadmio e chumbo na composição. Os metais cádmio e chumbo também são utilizados na composição de soldas no processo de fabricação tanto das jóias como das bijuterias. Quais banhos terão que ser substituídos na galvanoplastia? Na galvanoplastia os mais impactantes são os banhos de ouro com cádmio, que são largamente usados como liga do ouro dos banhos de ouro 18K aplicados em bijuterias e nos folheados. O metal cádmio dá dureza e muda a tonalidade da cor dourada. No Brasil podemos afirmar que mais de 70% dos banhos folheados ainda usam banhos com cádmio. E o mercado está encontrando muita dificuldade na sua substituição, sem mudar a qualidade que este metal agrega ao produto. Já existem banhos com tecnologia sem cádmio, mas estes banhos dependem de matéria prima importada e seu custo é bem maior, no entanto se for relacionar com o custo do metal ouro será algo em torno de 35-45 gramos de ouro para 1000 gramos de ouro depositado A Industria está buscando opções de substituir o cádmio da liga dos banhos de ouro e até agora o único com sucesso é o banho desenvolvido conjuntamente pela Electrochemical em parceria com empresa da Europa. Este banho já está disponível para venda e substituição. Com certeza no final deste ano a corrida pela substituição dos banhos de ouro contendo cádmio será muito grande e o mercado tende a deixar sempre para o último momento. Existem outros banhos que utilizam o chumbo e o cádmio como aditivos. Quais serão os teores limites? A nossa legislação está acompanhando as legislações já vigentes dos EUA e Europa, possibilitando as empresas que possam produzir um único padrão que atenderá aos mercados mais exigentes do planeta: Cádmio 0,01% em peso Nos USA -Estados Unidos da América) o percentual é 0,03% e na UE - Comunidade Européia o percentual mínimo é de 0,01% Chumbo 0,03% em peso Quais danos estes metais podem causar? O cádmio e o chumbo são metais tóxicos, reconhecidamente agente carcinogênico humano; afetam funções renais e hepáticas. Com elevada persistência ambiental o grande dano também ao meio ambiente porque bijuterias e jóias não são considerados resíduos que estabelecem controle de movimentos de resíduos perigosos e seu depósito
WILMA AYAKO TAIRA DOS SANTOS

WILMA AYAKO TAIRA DOS SANTOS

Possui graduação de Bacharel em Ciências com Habilitação em Química e Atribuições Tecnológicas pela Faculdade de São Bernardo do Campo (FASB), 1980. É Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), 2011. Atua na ABTS - Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície desde 1994, foi presidente na gestão 2010-2012, foi coordenadora do EBRATS 2015 - 15º Encontro Brasileiro de Tratamentos de Superfície e IV INTERFINISH Latino Americano, foi Diretora Cultural nas gestões 2004-2006 e 2007-2009, atualmente é vice Diretora Cultural. É consultora técnica e representante comercial.

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